CRÉDITO: Jornal Cruzeiro do Sul |
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FONTE: Jornal Cruzeiro do Sul - Sorocaba
A Polícia Militar e dois oficiais de justiça cumpriram na manhã de ontem, um mandado de reintegração de posse em duas áreas na tradicional comunidade Ribeirão da Anta, em Tapiraí, onde vive uma parte dos familiares dos ribeirinhos, moradores no local há aproximadamente 80 anos. A operação contou com sete viaturas da PM, uma ambulância, uma viatura do Corpo de Bombeiros, além de um trator e alguns caminhões e foi comandada pelo capitão Leite, da Polícia Militar do Município. No total, cerca de 25 casas foram destruídas desalojando os moradores. Eles foram abrigados pelos parentes, na sede da comunidade, que não foi alvo da reintegração de posse.
A Polícia Militar e dois oficiais de justiça cumpriram na manhã de ontem, um mandado de reintegração de posse em duas áreas na tradicional comunidade Ribeirão da Anta, em Tapiraí, onde vive uma parte dos familiares dos ribeirinhos, moradores no local há aproximadamente 80 anos. A operação contou com sete viaturas da PM, uma ambulância, uma viatura do Corpo de Bombeiros, além de um trator e alguns caminhões e foi comandada pelo capitão Leite, da Polícia Militar do Município. No total, cerca de 25 casas foram destruídas desalojando os moradores. Eles foram abrigados pelos parentes, na sede da comunidade, que não foi alvo da reintegração de posse.
A comunidade é um
dos principais pontos turísticos de Tapiraí e atrai visitantes
brasileiros e até estrangeiros, em função das belezas naturais da
região, que é composta por trilhas e cachoeiras cercadas pela Mata
Atlântica, além do artesanato produzido pelos membros da família
Alves da Silva e de um monjolo com mais de 50 anos, que é utilizado
para a produção de farinha de milho.
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Um dos proprietários
da Monsa Agropecuária, Eduardo Monteiro da Silva, que estava no
local no momento da reintegração, informou à reportagem que não
falaria a respeito e que qualquer informação deveria ser obtida
diretamente no Fórum de Piedade. Ele também não autorizou a
entrada da equipe nos locais onde as casas dos moradores da
comunidade foram destruídas.
Câmara
Em solidariedade aos
moradores do Ribeirão da Anta, a Câmara de Vereadores de Tapiraí e
a ONG Coletivo das Comunidades Tradicionais de Iporanga já entraram
em contato com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por
meio do Núcleo Especial de Combate à Discriminação, Racismo e
Preconceito, para que o órgão possa atuar em defesa dos moradores.
De acordo com o vereador Júlio Colombo (PMDB), existe um decreto
federal de 2007 que garante direitos aos povos e comunidades
tradicionais, que são reconhecidos por suas culturas diferenciadas e
para a preservação de seus territórios e espaços necessários
para o desenvolvimento de suas práticas. “É lamentável que a
reintegração de posse tenha sido realizada da forma como ocorreu,
prejudicando os moradores dessa comunidade tão importante e que faz
parte da história de Tapiraí e região”, disse o vereador.
A Prefeitura
informou que oferece suporte Social às famílias do bairro Ribeirão
da Anta e que tem uma parceria com o Instituto Votorantim / Legado
das Águas, que tem dado toda assistência técnica para viabilizar o
desenvolvimento econômico, cultural e social da comunidade, com
ações voltadas ao artesanato, atividades culturais e turísticas.
Despejados aguardam ação por usucapião
A comunidade
Ribeirão da Anta está localizada na estrada municipal TPR 188, com
acesso pela rodovia SP-79, distante aproximadamente 20 quilômetros
de Tapiraí. O local é bastante procurado por turistas e já foi
mostrado em vários programas de televisão. Entre os atrativos da
comunidade está o artesanato com a produção de cestos e balaios de
bambu, um trabalho feito artesanalmente pelas moradoras Ana Alves de
Faria e Florinda Maria de Jesus Silva. Os moradores despejados
afirmaram que também já entraram com uma ação por usucapião, que
está em andamento desde 2005.
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Arlete Alves da
Silva, 43 anos, morava com marido e três filhos e também teve sua
casa destruída. Ela conta que morava há mais de 20 anos no local e
que a ação pegou todo mundo de surpresa. “Não sei o que vou
fazer agora. Trouxemos nossos móveis aqui para a casa de nosos
parentes e ficou tudo ali na chuva”, afirma.
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CRÉDITO: Gaby Alves |
CRÉDITO: Gaby Alves |
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