domingo, 24 de julho de 2016

Legado das Águas realiza resgate de orquídeas no Vale do Ribeira



Trabalho ajuda na conservação das mais de 100 espécies catalogadas,
entre elas, seis em ameaça de extinção

Belas, de presença marcante e muito cobiçadas. Assim são as orquídeas, uma das maiores famílias de plantas do mundo. Com diversas cores e formas delicadas, elas atraem, há séculos, milhões de admiradores. E no Legado das Águas, essas belas flores têm condições ambientais favoráveis para se reproduzir e florescer, já ques estão protegidas na reserva privada de Mata Atlântica no país, protegida há mais de 50 anos pela Votorantim, que resultou em uma área com elevado grau de conservação da área.

Na reserva, o pesquisador Luciano Zandoná, biólogo e especialista em Orquídeas, realiza há cerca de 8 meses, um projeto que consiste no resgate de orquídeas que caem naturalmente das árvores, e que morreriam se permanecessem no chão da floresta. Após o resgate, as orquídeas são tratadas em um orquidário e realocadas em árvores ao longo das trilhas presentes no Legado. Em menos de um ano, mais de 120 espécies já foram catalogadas – um recorde para a região. Entre elas, seis ameaçadas de extinção. São espécies variadas com flores que vão de menos de dez milímetros até cerca de 15 centímetros.

“As orquídeas encontradas no Legado das Águas dificilmente são localizadas em jardins porque são nativas, sendo raras mesmo em coleções públicas e particulares de conservação. As orquídeas vendidas em mercados, geralmente, são exóticas ou híbridas (combinação de duas ou mais espécies”, conta o pesquisador Luciano Zandoná.

Além de exuberantes, as orquídeas são um importante indicador de qualidade das florestas, uma vez que dependem de diversos fatores para se estabelecerem: a associação com fungos para a obtenção de nutrientes necessários à germinação de suas sementes; polinizadores específicos para a fecundação das flores; e condições ambientais específicas, como umidade, temperatura e luminosidade, que só são encontradas em florestas maduras e bem conservadas.

De acordo com Zandoná, os próximos passos da pesquisa, considerando o potencial para conservação do Legado das Águas, é continuar com o levantamento florístico de orquídeas e a reprodução de algumas espécies, com foco em sua conservação. “Nosso objetivo é iniciar um programa de micropropagação (produção rápida de milhares de indivíduos de uma espécie) para fornecer mudas para a reintrodução das espécies no habitat e, no médio prazo, iniciar um trabalho de engajamento com as comunidades do Vale do Ribeira, focado na conservação das espécies”, afirma.

Com uma extensão aproximada à cidade de Curitiba (PR), o Legado das Águas tem como um de seus objetivos de atuação, contribuir e promover atividades de pesquisa científica, conservar e valorizar os ecossistemas e a biodiversidade. “Além do ponto de vista ambiental, esse projeto com as Orquídeas tem, também, um papel importante referente à conscientização sobre a importância desse belo grupo de plantas. No futuro, o trabalho do nosso Orquidário dará subsídios para a produção de mudas que poderão, inclusive, ser comercializadas”, diz a gerente de Sustentabilidade da Votorantim, Frineia Rezende.

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada a cidade de Curitiba (PR). Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área vem sendo conservada pela Votorantim há mais 50 anos, com o objetivo de proteger as nascentes da bacia do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Desde 2012, quando o Legado das Águas foi oficialmente reconhecido pelo Governo do Estado de São Paulo como Reserva Privada, vem reforçando seu papel de polo de desenvolvimento territorial, fomentando pesquisas científicas, estudos acadêmicos, desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade e projetos sociais.

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